sábado, 16 de abril de 2011

Portifólio

PORTIFÓLIO DO PROFESSOR




Tenho visto alguns professores preocupados em como fazer um portifólio. Na verdade não existe receita, visto que ele é um retrato da construção do que se faz, e como o faz, é individual, pessoal e intransferível. Segundo Hernandes (2000) um portifólio precisa conter:

Artefatos: são documentos produzidos durante o trabalho do curso e vão desde as atividades em sala de aula até os trabalhos realizados por iniciativa própria dos alunos ou por sugestão do professor.

As reproduções: são documentos que constituem exemplos de trabalhos, que normalmente não se recolhem em sala de aula, como gravações, impressão de página de internet, etc.

Os atestados: são documentos sobre o trabalho do aluno, preparados por outras pessoas.

As produções: são os documentos especificamente preparados para dar forma e sentido ao portifólio e incluem três tipos de materiais: a) explicação de metas; b) as reflexões; c) as anotações.

O continente: lugar onde será colocado todo o material produzido. Podendo apresentar-se em caixas, pastas, cartazes, CD-ROM, embalagens de presentes, livros, entre outros.

Ele é como um “currículo” (coloco entre aspas porque muitas pessoas já fazem o currículo como portifólio, mas o contexto é diferente e a abordagem também). Imagine o portifólio de uma modelo, ele contém os trabalhos que ela fez, no caso são fotos com poses, ou de propagandas que ele tenha feito. Esse é o trabalho dela, que ela pode mostrar para que outros tenham noção do que ela faz. Mesmo sabendo que ela é modelo e que é fotografada, as pessoas não sabem que tipo de foto ela faz, ou como ela administra seu trabalho, se é comprometida ou somente envolvida com ele, nem se ela fez algum trabalho considerado importante, para alguma empresa de renome, ou mesmo um trabalho de cunho social. Só saberão isso vendo o portifólio dela, que comprovará com imagens e /ou documentos, tudo o que ela disser sobre si.

Nós professores , fazemos inúmeras atividades no decorrer do ano, mas podemos perdê-las ou desconsiderá-las pela falta do registro. Sinto que alguns educadores que não estão acostumados a escrever, ou mesmo organizar a sua vida profissional, fazendo planejamentos, por exemplo, têm agora muita dificuldade em sistematizar o que fazem. Sentem medo, mais pela falta de costume, penso eu, do que pelo desafio em si, e encaram o portifólio como mais uma coisa a ser feita. Não é! Ele é uma sistematização, uma organização do nosso trabalho. Quem tiver acesso à ele, assim como o da modelo, terá uma idéia mais concreta de como trabalhamos de fato. Além disso, e o mais importante, é o portifólio ser, além de um instrumento de avaliação de nossos alunos, um meio que nos proporciona a reflexão sobre nossa própria prática, podendo tornar-se também um instrumento de valorização do nosso trabalho e conseqüentemente de nós mesmos. É impossível entender o portifólio sem compreender a concepção de avaliação que ele carrega. Ele permite que, através de reflexões o professor avalie constantemente sua postura, sua prática , as atividades que propõe e as ações que realiza, buscando qualidade e coerência em suas aulas. Um professor transmissor de conhecimentos, terá um amontoado de papéis, com inúmeras ações e uma prova ao final desse processo de guardar “provas” daquilo que fez e daquilo que o outro “necessitaria ter feito e não fez”.

O portifólio permite irmos muito além de condensar dados. Algumas vezes na correria do dia-a-dia, mesmo se tivermos uma concepção construtivista, podemos amontoar papéis, que até tiveram uma boa intenção ao serem planejados e aplicados, mas que ficam obsoletos, presos a nossa falta de tempo, de refletir sobre eles e com isso repensar nossa prática, ensinando nossos alunos a fazer o mesmo, mediando a construção do seu aprendizado, da sua criticidade e da sua autonomia. Podemos, com o portifólio, avaliar esse processo de construção, contando não só com uma folha de papel, onde eles iriam depositar o que deveriam ter aprendido. Sabemos que avaliar assim restringe e desconsidera o conhecimento do aluno. Até mesmo porque fomos avaliados assim, quando na escola, enquanto alunos e muitas vezes sabíamos tudo, até que o “branco” aparecesse e simplesmente apagasse o que tínhamos guardado na memória. Sem contar as vezes que esquecíamos tudo “o que tínhamos aprendido” após “vomitarmos” o conteúdo na folha. Éramos sim belas “cabeças-bem-cheias”, repletas de um saber que não nos era útil, senão para a prova.

Seu portifólio é construção sua, e você decide, junto a pedagoga da escola em que possa também auxiliar seus alunos. Procure fazer tudo na medida em que aconteça, não deixe que as experiências se acumulem, seja organizada. Muito do que você poderá colocar nele também poderá ser feito junto com os alunos, com os pais, com a pedagoga, com seus colegas de trabalho.

DICA: Não se permita ter um final de ano conturbado. Não se sobrecarregue com o acúmulo de funções por não conseguir dizer não. Todos merecem crescer e aprender, deixe que o ouro faça o que lhe é devido. Lembre-se de que ajudar é ensinar a fazer e não fazer para o outro. Além disso só aprendemos a fazer, fazendo.

PASSO A PASSO:

Coloque sua apresentação, uma foto sua com um texto falando de você enquanto profissional, os cursos que fez, onde já trabalhou, aquilo em que acredita, no que seu trabalho se fundamenta, quais são suas angústias profissionais, suas esperanças e como fará para alcançá-las. O histórico e o patrono da escola onde está atuando. Seu planejamento anual. Avaliação diagnóstica de seus alunos. Coloque um modelo, que não precisa estar respondida, os dados que obteve e uma análise a partir deles. Quem precisa aprender o quê, quem já sabe o quê, algumas estratégias que você pensou, se precisará de alguma intervenção (qual?), se conversou com a pedagoga a respeito, dentre outras informações que considerar relevante. Como aquela ficha que preenchemos no final dos bimestres, onde anotamos o conteúdo dado, os objetivos que pretendíamos alcançar com a turma, o conceito dos alunos, e as intervenções feitas. Você poderá usar a mesma ficha para todas as avaliações, afinal o portifólio não exclui outras formas de avaliação. Se possível, peça à pedagoga que assine as sínteses e/ou relatórios das reuniões que vocês fizeram ao longo do ano e anexe ao seu portifólio. Sobre o conselho de classe, basta anotar o que foi abordado e citar a data e talvez o número da página do caderno de ata. Seu planejamento diário pode fazer parte do portifólio. Mediante as avaliações feitas no decorrer do ano, sejam elas atividades ou provas, você pode anotar as mudanças que serão feitas no plano anterior, para atender as necessidades de sua turma. Além disso, pode-se também registrar fatos alheios a sua vontade que impediram algum planejamento de ser feito. Por exemplo, se iam sair e choveu, você registra que não foram e porquê. Se alguma criança se machucou ou passou mal e você teve que dedicar um tempo maior a ela. Se sua aula foi interrompida inúmeras vezes, por conta de bilhetes para receber ou entregar, ou recados para ler e assinar. Você pode elaborar uma ficha, ou utilizar algum registro que a escola já possua, para anotar os alunos que se desenvolveram mais facilmente, ou os que apresentam alguma dificuldade, acompanhando suas atitudes, seu interesse, as dificuldades que apresentam, registrando as providências que foram tomadas (atendimento aos pais, atividades diferenciadas, monitoria, intervenção da pedagoga, encaminhamentos, dentre outros). Você pode colocar também uma ficha, onde anotará os alunos que não fazem as tarefas, que não participam em sala de aula ou os que participam e atendem suas solicitações. Anotar as dificuldades dos alunos e as suas em lidar com elas proporciona uma facilidade maior em refletir sobre as intervenções necessárias. Projetos e/ou atividades extra-classe que forem desenvolvidos durante o ano, relatórios desses projetos com avaliação final. Essa avaliação pode ser só sua, sua com os alunos, sua com todos os envolvidos: pais, funcionários da escola e alunos. Coloque também fotos legendadas do projeto e/ou das atividades. Se houver atividades escritas dos alunos sobre o projeto, você poderá xerocar algumas para o seu portifílio. Certificados de cursos, oficinas, palestras, dentre outros que você participou e/ou ministrou, junto com reflexões sobre os mesmos. Na reflexão você faz suas considerações, o que foi bom, o que pode melhorar, relacionando-os com sua prática. Não se trata de apenas um relato. Você conta como foi e também pensa sobre como foi, o que você viu e/ou ouviu que pode ser útil para sua prática. Algumas vezes, e infelizmente, observamos situações que nos ensinam como “não fazer”, temos que ter ética para colocar essas observações no papel, podemos falar do acontecido sem expor as pessoas. Não precisam ser textos longos. Por vezes basta uma pequena nota.

Portifólio não é quantidade, e sim qualidade. Textos que você leu ao longo do ano, que te auxiliaram na elaboração de suas atividades/projetos/planejemento, com reflexões feitas sobre eles, de como eles lhe foram úteis. Pauta das reuniões de pais, listas de presença, anotações que os pais fizeram. Você pode pedir que os pais avaliem as reuniões, digam sobre o que querem saber (além da “nota” do filho), coloquem suas dúvidas, sugestões, para que possam ser trabalhadas numa próxima reunião. Assim você pode levá-los à escola para saber mais sobre coisas que lhe interessam e que dizem respeito a seus filhos, mas sem correr o risco de chamar aquele pai que vai apenas para ouvir que o filho tem e precisa melhorar. Você pode pedir que sua pedagoga acompanhe a construção do seu portifólio, orientando, por escrito, como você pode melhorá-lo. Além disso, esses registros que ela produzirá, são alguns dos atestados que você necessita anexar no portifólio, afinal são necessários partilha e confronto de saberes para se construir conhecimento. Selecione todo o material que você irá colocar no portifólio. Não precisa colocar tudo o que você fizer. Tenha uma seqüência de registros. Uma intervenção, por exemplo, não pode vir antes da avaliação. Se você decidir, portanto, mudar uma forma de explicar um conteúdo, ou alguma atitude sua dentro de sala, essa mudança estará embasada em algo que aconteceu anteriormente, em um estudo feito, em uma reflexão acerca desse estudo e de sua relação com o ocorrido. Os registros precisam estar na mesma ordem em que ocorrerem, para serem coerentes.



Bom trabalho!

PORTEFÓLIO E AVALIAÇÃO DE COMPETENCIAS


Os ventos da reforma trazem o Portefólio até à sala de aula. A sua

popularidade justifica-se pela necessidade permanente de os professores

encontrarem instrumentos de regulação e de avaliação ligados às novas

práticas pedagógicas e às novas abordagens em educação.

O Portefólio
é, no entender dos mais conceituados pedagogos, um dos

utensílios a privilegiar no processo formativo. Destaca-se pelo facto de ser a

metodologia que mais eficazmente implica o(a) aluno(a) / professor(a) em

formação inicial no desenvolvimento de responsabilidades face à sua formação

e avaliação de aprendizagens/ competências, bem como na apropriação de

crenças e valores fundamentais ao crescimento, enquanto ser humano e

profissional responsável.

O termo Portefólio geralmente usado na vida corrente para designar um

álbum de que um artista se serve para coleccionar os seus melhores trabalhos,

quando utilizado em Educação adquire uma outra dimensão.

O que é um Portefólio?

Importa sublinhar, antes do mais, que um Portefólio não é um mero

repositório de trabalhos “organizados” numa pasta de arquivo ou numa caixa.

O Portefólio é uma colecção organizada e devidamente planeada de

trabalhos produzidos por um aluno, ao longo de um dado período de tempo, de

forma a poder proporcionar uma visão tão alargada e pormenorizada quanto

possível das diferentes componentes do seu desenvolvimento.

Na medida em que o Portefólio é um instrumento de avaliação, pode

dizer-se que se trata de um conjunto de elementos, acompanhados de

indicações e de comentários estruturados, escolhidos pelo aluno e ou pelo

professor, com a finalidade de demonstrar o desenvolvimento das

competências dos alunos.

O Portefólio em educação serve, como se viu, para arquivar as

produções do aluno com o objectivo de representar o desenvolvimento das

suas competências. Ou seja, este instrumento permite ao aluno identificar os

elementos significativos relativamente à progressão das suas aprendizagens.

Desta forma, este instrumento pode ser entendido como o reflexo do percurso

do aluno, ao mesmo tempo que permite ao professor ajustar as suas

intervenções de forma adequada. Nesta medida ele torna-se um instrumento

quase indispensável à reforma educativa.

Conteúdo do Portefólio

Num Portefólio inserem-se todo o tipo de instrumentos de observação e

de avaliação das aprendizagens, assim como trabalhos e projectos que

testemunhem os processos de aprendizagem e de aquisição de competências.

Desta forma, não devem ser inseridos no Portefólio apenas as produções finais

realizadas pelo aluno, mas, em vez disso, o caminho percorrido pelo aluno e

que testemunha as etapas do processo. Não negligenciando os instrumentos

de reflexão e de consciencialização do aluno face ao seu próprio percurso

pessoal e escolar.

Em suma, importa que as evidências colocadas no Portefólio sejam

coerentes com o objectivo desse mesmo Portefólio. Se o grande objectivo é

representar a evolução do aluno num dado período de tempo, será

fundamental que os elementos constitutivos sejam todos da mesma natureza,

afim de possibilitarem a comparação. Assim sendo, o Portefólio será sempre

um instrumento em desenvolvimento constante que merece uma atenção

particular dos professores. Aqui ficaram apenas algumas das pistas de

reflexão que quisemos salientar para a construção deste inovador utensílio de

avaliação .

Qual o valor do Portefólio para as práticas avaliativas?

Insistimos uma vez mais nos dois objectivos essenciais do Portefólio. A

primeira meta é levar o aluno a entrar no processo de aprendizagem, a dar um

sentido à avaliação, a objectivar as suas aprendizagens . O segundo objectivo

é tão importante quanto o primeiro: poder avaliar e gerir a complexidade de

uma competência.

O Portefólio fornece pistas de avaliação em situações complexas de

aprendizagem, o que faz dele uma pertinente ferramenta para gerir progressão

de uma dada competência .

O Portefólio permite gerir a complexidade das situações de

aprendizagem e avaliação e perspectivar as evoluções efectuadas no tempo.

Por conseguinte, torna-se possível clarificar os indícios de progressão de uma

competência de aprendizagem ao longo do tempo.

Onde se situa a diferença entre o Portefólio e o registo de avaliação?

Consideramos que o Portefólio permite refinar e validar a informação durante

um período de recolha de dados de aprendizagem.

Acreditamos que o Portefólio constitui uma incontornável ferramenta de

desmistificação da avaliação, tanto para o aluno como para o professor e pais.

Os alunos realizam as aprendizagens e podem testemunhar graças aos

registos do Portefólio. Os professores deixam de encarar a situação de

avaliação de uma forma solitária. Os encarregados de educação deixam de ter

surpresas no fim do período, porque acompanham o progresso dos seus

educandos.

Adaptado de Carla Bernardes, Filipa Bizarro Miranda, Portefólio uma Escola de

Competências, Porto Editora, 2003.
 
 
PORTFÓLIO




“Coleção de itens que revela, conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada criança”



Elizabeth Shores e Cathy Grace

PORTFÓLIO

Portfólio é uma estratégia importante para melhor conhecer e entender o progresso de cada aluno à medida que o tempo passa.

Coleção de variedades de trabalhos organizados para documentar o desenvolvimento da criança



TIPOS DE PORTFÓLIO

Portfólio Particular

Portfólio de Aprendizagem

Portfólio Demonstrativo



Portfólio Particular

Compilação pessoal (registros pessoais do professor ou da criança)



Portfólio de Aprendizagem

Utilizado para reflexão sobre a prática e comunicação com os pais



Portfólio Demonstrativo

União do portfólio particular e de aprendizagem

É utilizado pela escola e por todos professores

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGEM

Contém:

Anotações, rascunhos e esboço preliminar de projetos em andamento, amostras de trabalhos e diário de aprendizagem da criança.



Esse material é de consulta da criança e do professor e pode ser guardado em arquivos com repartições ou guardados em prateleiras por ordem alfabética.



PORTFÓLIO DEMONSTRATIVO

É composto de amostras representativas de trabalhos que demonstram os avanços importantes da criança ou problemas persistentes.

Os pais também podem escolher itens para o portfólio demonstrativo.

No final do ano ele é apresentado para a professora da série seguinte.



PORTFÓLIO DEMONSTRATIVO

Contém:

Fotografias, gravações, desenhos, cópias de relatos narrativos dos alunos, trabalhos artísticos, pesquisas, produções diversas e diários de aprendizagem.

PASSOS PARA MONTAGEM DE PORTFÓLIO

1 Estabelecer uma política de portfólio;

2 Coletar amostras de trabalhos;

3 Tirar fotografias;

4 Conduzir entrevistas;

5 Realizar registros sistemáticos;



POLÍTICA DE PORTFÓLIO:

É um propósito definido e claro

É um conjunto de regras para a coleta dos itens a serem guardados (regras relacionadas com a missão, objetivos curriculares e programa de ensino da escola)



DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA

É necessário:

Conhecimento das crianças (individualmente);

Conhecimento sobre o desenvolvimento infantil;

Conhecimento de como a criança constrói o conhecimento;

Conhecimento sobre diversidade



DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA

É necessário:

Conhecer os propósitos da escola (missão e objetivos);

Conhecer a proposta de trabalho para as crianças

(o que se pretende ensinar e o que se espera da criança)

ITENS DO PORTFÓLIO

Amostra de trabalhos;

Trabalhos artísticos;

Produtos de avaliação de desempenho;

Fotografias;

Diários de aprendizagem;

Registros escritos;

Entrevistas com a criança;

Registros sistemáticos;

Registros de caso;

Registros de reuniões de análise de portfólio;

Relatos narrativos.



Bibliografia Consultada:

Manual de Portfólio. SHORES Elizabeth et al. Artmed.Porto Alegre 2001.



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